quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O RISO DE DEUS

António Alçada Baptista, advogado e romancista, nasceu na Covilhã em 29 de Janeiro de 1927.

Frequentou um colégio de Jesuítas e licenciou-se em Direito, pela Faculdade de Direito de Lisboa, porém, dedicou-se mais à escrita do que à advocacia.



Características da escrita:


- narrativas imaginárias e memórias pessoais, mostrando assim, as preoupações interiores do ser humano.


- o afecto e a mulher são os elementos principais nas suas obras, que são divididas por ensaios, crónias, romances e ficção.







Francisco (personagem principal):
· É um homem experiente;
· Tem 58 anos;
· Possui um grande carinho pela sobrinha Mónica;
· Tem um espírito revolucionário;
· Uma vida amorosa activa;
· É apaixonado por Rosa, conheceu-a em Paris e viveram juntos durante um tempo, porém, Francisco sentia dificuldade em prender-se a alguém;
· Viajava bastante;
· É um filósofo e pensador;
· Não quis seguir nenhuma carreira, ao contrário de seu irmão André, que era um advogado de sucesso;
· Procura ver o lado positivo da vida;
· Diz que o amor: É uma vibração que não vem da inteligência e nem sequer dos sentimentos mas da natureza mais íntima e mais profunda do seu próprio ser.
“ Amar é uma atitude de compreender e aceitar: é reconhecer os outros e respeitar a sua liberdade”;
“ Dói muito o amor no Outono porque nos é agora muito evidente que andámos enganados, que temos de descobrir outra estrada e que, para isso, não é fácil arranjar companhias nem sequer interlocutores: quase todos se acomodaram ao jeito daquilo que nos deram para a gente se vestir mas eu acho que me foi concedida a arte de sonhar de olhos abertos.”
· Diz que: “ as lágrimas são tão pequenas como os sorrisos mas o campo da vida está muito mais largo e mais livre: podemos andar de um lado para o outro sem grandes surpresas e sem grandes emoções.”


A obra:



Ler "O Riso de Deus" é o mesmo que entrar numa longa viagem em torno da sociedade e de nós próprios. Logo no início da obra deixamo-nos encantar pelo charme de Francisco, pela sua busca de outros valores e de outras emoções um pouco por todo o Mundo e, principalmente pelo universo feminino que ele compreende tão bem. Mas, nesta viagem literária encontramos outras personagens que se enquadram na nossa maneira de ser e com as quais nos identificamos num ou noutro momento.
O irmão do Francisco, André, é um desses exemplos: advogado, trabalhador, que dedicou grande parte de sua vida ao seu trabalho e família. Nunca compreendeu o espírito aventureiro do irmão, até que num determinado momento cai numa grande depressão, em que só pensa na morte e em tudo aquilo que deixou de viver. Esta grande crise em que se encontra obriga-o a repensar em toda a sua existência.
A sobrinha Mónica, filha de André, é outro exemplo, pois procura aquilo que o tio parece ter, mas a quem falta força a coragem para encontrar na vida, aquilo que ele conquistou.
No decorrer da leitura apercebemo-nos que quem possui “O Sorriso de Deus” é Francisco, um homem de 58 anos que durante toda a sua vida procurou ver o lado positivo das coisas, sem se deixar abalar e sem se render às tristezas e desesperos que por vezes a vida nos impõem.
Francisco possui um espírito aberto, tem medo da entrega, da vida a dois. Mesmo amando Rosa, uma negra que conheceu em França, não se sente pronto nem seguro para manter uma relação, deixando-a para trás fisicamente, mas levando-a consigo nos pensamentos e nas noites solitárias que passou a viver.
“O Riso de Deus”, mesmo nos momentos críticos, é cheio de luz e bom humor, onde a espiritualidade é predominante tal como a filosofia e pensamentos que de uma forma ou de outra acabam por atingir directamente os leitores.
É uma obra que nos leva à descoberta do Homem, do sentido da nossa existência e do nosso ser.
Francisco levanta imensas questões sobre a vida, a sociedade, o homem e até mesmo sobre Deus, mas sempre com um toque de graça pelo meio da seriedade dos variados assuntos salientados na obra, tornando-a ainda mais interessante por
Francisco ser um personagem participante, fazendo assim, com que o leitor faça parte do ambiente que o rodeia.

Algumas citações ( que julguei serem interessantes) relacionadas com o tema:


Haja ou não deuses, deles somos servos".
- Fernando Pessoa –


"Se Deus existe, então é preciso matá-lo".
- Mikhail Bakunin, pensador anarquista russo –


"Para vocês eu sou ateu. Para Deus, uma fiel oposição".
- Woody Allen, cineasta e humorista –


"Creio no Deus que fez os homens e não no Deus que os homens fizeram."
- Alphonse Karr –


"A felicidade não é algo dentro ou fora de nosso ser; é a união de nós mesmos com Deus."
- Pascal –


"Deus é o invisível evidente."
- Victor Hugo –


"Não me importa que Deus não esteja do meu lado. O que espero ardentemente é que eu me encontre ao lado Dele."
- Abraão Lincoln –



Fontes wikipédia : alguns dados do autor.

5 comentários:

VAP disse...

Tão próximo o seu Post da data da despedida...

Metradomo disse...

Se aquele lá ri, é certamente de nós. E com gosto!

Anônimo disse...

Oi minha linda!Te encontrei!
Cadê o blog As rosas não falam?
e o outro seu?
Estou com saudades!
Como sempre com muito bom gosto ;sensibilidade e inteligência em tudo o que escreve e faz!
Parabéns pelo blog de literatura!
Certamente Deus ri!
Ele é uma pessoa e se alegra conosco!Está sorrindo prá você agora!
Beijos com carinho a você e ao "João"que aprendí a amar tanto;por deixar sempre mais bonito e perfumado o caminho por onde passavam em especial o meu "jardinzinho"!
Apareçam!
Meu email:
poesiasecancoes@hotmail.com

Furrequinha disse...

Um dia, saindo do trabalho, uma colega olhou para mim e disse: - Vá com Deus, Dr!
Nisso, a porta do elevador se abriu. Estava cheio. Eu repliquei: - Se Deus não exceder aqui o limite de peso, tudo bem; senão, só na próxima viagem.
Quem diria, ora pois, encontrá-la aqui!
Abraços, das plagas tupiniquins.

Furrequinha disse...

Sabe que senti necessidade de voltar, para falar em Deus? Sou agnóstico, e não ateu. E tem um pessoal aí tentando definir o que são agnósticos e o que são ateus (ei, não estou falando do autor agora comentado, ok?). Melhor não definir, né? Todavia, se até Deus o ser-humano tenta definir, por que não faria o mesmo com o resto?
Bom, ao ponto: lembrei-me de que, de certa feita, lia um conto de William Somerset Maugham - ele morreu no ano em que nasci. No conto, de cujo nome obviamente não me lembrarei agora, três religiosos expunham suas convicções teológicas, cada qual com suas "razões", e deblateravam. No auge, no calor da discussão, Deus aparece e, com um sopro, os debela a todos.
Eta nóis!
Abraços, aqui das terras tupiniquins