terça-feira, 11 de novembro de 2008

João da Silva Baptista Leitão - ALMEIDA GARRETT

( Primeira metade do século XIX)
* Nasceu em 1799 no Porto;
* Foi introdutor do Romantismo em Portugal;
* Nunca escreveu sonetos;
* Morreu em 1854 em Lisboa.
Almeida Garrett, trouxe a Portugal ideias que já estavam divulgadas na Europa, como por exemplo:
« Liberdade para escrever e falar; Igualdade entre as pessoas. »
Enquanto ministro, foi grande impulsionador:
* Propôs a edificação do Teatro Nacional D.Maria II;
* Mandou construir o Conservatório Nacional de Arte Dramática;
* Escreveu peças de teatro de modo a serem representadas para o público, reavivando assim, o gosto português para o teatro;
* Escreveu com linguagem simples, para que o povo menos culto se sentisse atraído e tivesse acesso à arte da representação;
* Trouxe para a Literatura a mulher;
*Lutou activamente contra o Absolutismo e pelo Liberalismo.

FOLHAS CAÍDAS, 1853

É a última das suas obras líricas inspirada em Rosa de Mantunfar Viscondesa da Luz, mulher com quem manteve um caso amoroso, e tambem uma obra marcada pelo final da sua vida, por isso mesmo, encontramos a exposição pública da sua paixão ardente, causadora de espanto e indignação entre a sociedade de sua época.
Poesia de Alcova: É uma poesia em que o sujeito poético transmite erotismo, paixão, amor carnal e sensualidade.Neste tipo de poesia passamos a encontrar a famosa " morte por amor".

"Não te amo, quero-te!"
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.


Aspecto teatral:
( exclamações, interjeições, acentuação das pausas, repetições, grande proximidade (eu/tu), tom coloquial- linguagem oralizante);
Estrutura externa:
Variedade estrófica, métrica e rimática;
TU
- participante activa;
-interveniente na acção carnal;
-grande proximidade física entre o homem e a mulher.
AMAR: Tema espiritual = vida = Idealização da Mulher-Anjo
" amor vem d'alma";
"o amor é vida";
"quem ama aziaga estrela"
#
QUERER: Tema carnal= morte, perdição; Idealização do Anjo-Mau
" um querer bruto e fero";
" destruidor e excessivo" (...)
Mulher Anjo :
* Vista como um ser divino;
* relacionada com o céu e com a salvação (Jeová);
* é vida e alma;
* plenitude; fascínio;
pureza
Anjo Mau : Tu, mulher.
* Mulher demónio,
* ligada ao inferno; perdição (Demónio);
*morte, carne, relações carnais;
*corpo, vazio;
* loucura; destruição.


Bibiliografia: O meu caderno :)

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