terça-feira, 11 de novembro de 2008

António Nobre - Poeta Finissecular (século XIX)



Como sabemos, o fim do século é sempre marcado por:
- caos,
-desordem,
-pessimismo,
- ausência de perspectivas,
-negativismo;
- saudosismo....
Nasceu no Porto, em 1867 e morreu vítima de tuberculose na Foz do Douro, em 1900.
Em 1883- Lança, no Porto, com alguns amigos, a revista : "A mocidade de Hoje";
Aos 21 anos parte para coimbra com o objectivo de estudar Direito;
Em 1890 compõe a maior parte de seus poemas que hão de constituir o "Só"
, seu livro publicado em Paris, que por sua vez, não recebeu muitos elogios.
António Nobre possui um tom coloquial e é um poeta marcado pela solidão e sua obra apresenta rítmos livres e musicais. Portanto, deparamo-nos com dois planos na sua poesia:
O cinzento desterro de Paris, perdido não multidão que não o conhece, presença da margura de experiências frustradas e sempre marginais; É um poeta marcado pelo desejo, fraternidade, desejo e pelo ódio.
O lamúrio da infância perdida,
evocação da doce paisagem antiga sas suas lembranças.
Os temas mais abordados são:
apreço pelas paisagens e pelos tipos pitorescos da sociedade;
a saudade;
o exílio;
a pátria;
a poesia;
o pessimismo;
a obcessão pela morte;
o fatalismo com a sua predestinação para a infelicidade;

Meus dias de rapaz, de adolescente,
Abrem a boca a bocejar, sombrios:
Deslizam vagarosos, como os Rios,
Sucedem-se uns aos outros, igualmente.
Nunca desperto de manhã, contente.
Pálido sempre com os lábios frios,
Ora, desfiando os meus rosários pios...
Fora melhor dormir, eternamente!
Mas não ter eu aspirações vivazes,
E não ter como têm os mais rapazes,
Olhos boiados em sol, lábio vermelho!
Quero viver, eu sinto-o, mas não posso:
E não sei, sendo assim enquanto moço,
O que serei, então, depois de velho.

Declara-se a doença que o leva à morte: a tuberculose. Percorre vários locais dentro e fora do país, a procura de cura, sem sucesso. Morre a 18 de março de 1900.


Bibliografia: Livro de Literatura :) Poema retirado do site:http://poesiasentida.blogs.sapo.pt/arquivo/156333.html

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